quarta-feira, 23 de julho de 2008

Quando os títulos são por si mesmo uma pérola

Já faz algum tempo que tenho estas pérolas guardadas. Acho que são bem demonstrativas do modo como uma edição pode sair infeliz. Acontece-nos a todos. Depois do trabalho feito e repassado, colocarmos a mão na consciência e percebemos: "Podia ter sido melhor". E se há coisa que torna o jornalismo mais complexo é a questão dos títulos.

E acredito que terá sido esse pensamento, ainda que com algumas expressões mais violentas, a roçar o boçal e escatológico, que as chefias de um dos diários que todas as manhãs nos trazem noticias terão tido.

Lidos alguns títulos percebemos bem o porquê do uso de tais expressões. Pior que tudo...saíram todos na mesma edição:

-Neto de Hemingway nas festas de Pamplona (terá sido em memória do avô que decidiu agarrar a vida pelos cornos?)

-Assassino aguardou na fila para se entregar à policia (isto quando se trata de gente educada é outra fruta...)

-Ingrid só cortará cabelo quando libertarem reféns (aposto que depois de manifestada esta intenção, os líderes das FARC terão temido pela vida...)

-Adolescente encontra morcego no sutiã: A britânica pensou que o movimento vibratório que estava a sentir era do telemóvel (...sem comentários...)

-Pasteleiro francês mata o assistente (experimentem pedir novamente a receita dos pasteis de Belém...depois não se admirem)

1 comentário:

O País e o Mundo disse...

Todos eles bem ao estilo da nossa TVI que ainda esta semana dava introduzia uma noticia com a bela frase: " em jornalismo costuma dizer-se que quando o cão morde um homem não é noticia, mas que quando o homem morde o cão o é!"
Brilhante...até me deu vontade de chorar.