sábado, 25 de outubro de 2008

Arquipélago da Insónia



«A herdade foi tirada ao autista, e a doença (de quem?) é um arquipélago branco nas radiografias dos outros, um arquipélago normal, inocente. Estão todos mortos ou estão todos a sonhar e trocaram de sonhos, como se pudéssemos trocar de sonhos.
De qualquer forma, sabemos que daqui a nada será manhã – mas aquilo que se disse ainda se ouve lá dentro
“(-Não precisa de se casar comigo menino o seu pai nunca casou comigo)”E então vamos sabendo que não será manhã nunca.»

Não consigo esconder o meu fascínio por Lobo Antunes. A biblioteca lá de casa está agora mais composta depois de ter comprado "O Arquipélago da Insónia". Sobretudo eu, estou mais composto por poder ter mais uma obra deste calibre na colecção. Vou deleitar-me a tentar perceber que insónia é esta de que Lobo Antunes fala. Que arquipélago será este que lhe provoca tamanha angustia? hmmm...

"Pela primeira vez fui confrontado com a minha finitude. Vivemos em função de eternidades. Um miudo de 20 anos vive em função de uma eternidade de 50 anos...não acaba nunca...Quando a Maria Antonieta, já no cadafalso, pediu ao carrasco mais um minuto antes de a executar, esse minuto parecia eterno"

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