segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Silêncio

Últimamente tenho-me fixado em textos mais melancólicos...Será do regresso da chuva ? Talvez. Quem sabe se foi por isso que me prendi no último post do prof. Júlio Machado Vaz no seu Murcon. Há dias assim...

Aves nocturnas.

Ontem trabalhei até tarde. E num intervalo de referências bibliográficas, slides e requebros de Power-Point dei comigo a fitar o telefone a horas em que o receamos - "o que terá acontecido e a quem?". Não foi difícil puxar o rabo da nostalgia escondida com ele de fora, era do meu Velho que desejava escutar a voz. Também ele ave nocturna, falava a horas obscenas com um entusiasmo juvenil - "então que tal o dia, meu querido filho?". Ouvia distraído e arrastava-me para a sua amada política. Esteja onde estiver - e eu penso que não está em lugar nenhum, a não ser em alguns neurónios que migraram para corações que o amavam... -, ainda bem que não ligou. Porque lhe falaria de angústias que o deixariam aflito e eu não gostava de o saber assim. Nas poucas vezes em que o fiz, o silêncio era tão pesado que eu mordia a língua, arrependido. Lá do fundo, sem artifícios que me ofenderiam, a voz saía-lhe triste e meiga, "veja se ao menos descansa". Ainda bem que não ligou.

1 comentário:

Anónimo disse...

hombre, mirando los postitos de Machado Vaz? Eso num bái hacerte bien.