quarta-feira, 12 de abril de 2006

Uma questão de números...


Brilhante o artigo assinado por Fernando Sobral na edição de ontem do Jornal de Negócios.
Afinal é tudo uma questão de chamar-mos os «bois pelos nomes» e tratar as coisas sem grandes rodeios nem com o habitual «nacional porreirismo»


Os países funcionam melhor quando os seus políticos dormem. O problema, neste sítio, é que os seus dirigentes têm ciclicamente pesadelos, acordam a meio da noite, e falam ao telemóvel.
É por isso que neste recanto que é uma loja tecnológica, na versão Sócrates, o sono é a mãe de todas as batalhas nacionais. Portugal não sabe quantos funcionários públicos tem. Nem os indispensáveis. Nem os dispensáveis. Pelos vistos também não sabe quantos bombeiros tem. Talvez saiba o seu número de fogos. Aparentemente em Portugal só se sabe quantos ministros e secretários de Estado existem. Assessores é uma dúvida. Serviços que os acompanham é uma incógnita.

O Estado português nunca estudou matemática. A única coisa em que é mestre é na arte de somar. Somam-se mais funcionários. Somam-se mais benesses. Mas, pelos vistos, Portugal decide sobre o joelho. Cada ministro tem um lápis na orelha e uma folha de papel pardo como nas mercearias. Porque está a tomar grandes opções sobre números de que não dispõe. O que só mostra que as acções são sempre baseadas em ficções .

Pergunta-se: como se pode tomar decisões se não se sabe do que se fala, se não se imagina quantos funcionários ou bombeiros existem? Portugal é o reino do Avô Cantigas. Canta para a pequenada. Que é o país.

Simples, não é ??

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